sábado, 11 de setembro de 2010

Lamento de uma alma triste



Uma das partes de mim
que se dividiu em quatro e se tornou cinco
povoa o meu mundo cerebral em azuis, roxos, pérolas e pretos.
A outra parte que ainda não se dividiu
brinca com cores que, às vezes, não sei distinguir os tons.
Me desespero de qualquer forma.
Não posso ver, mais sinto um fogo queimando meu peito,
que sem desabafar sonha com nuances do além.
Talvez nunca alçance,
fica somente a esperança
de que todas as partes se unam e voltem a ser eu mesma, inteira.
Mas fico em pedaços
porque sei que agora não é mais possível.
E as partes dessa divisão de mim,
estão aí em nuances de muitas cores
que se desconhecem e querem viver tudo,
querem alcançar o alto.
E eu, que já nem sei a minha própria cor,
que se apaga com tantas mudanças,
acertos e desacertos,
perco o tom de vez e me embriago na corrente à frente.
Ah! Se eu pudesse voltar a ser um.
Ah! Se eu pudesse gritar.
Não, não quero, não posso, é muito difícil criar pedaços, educar partes.
Do inteiro que sou o pedaço foi diferente.
As cores eram nítidas, límpidas, translúcidas,
mas comigo foi diferente e não existe tristeza que vá, alegria que fique,
por ter sido o que nunca pensei fosse ser.
Ainda tenho esperança que um dia possa ver
as cores brilhando, brilhando tanto que meu coração, um dia,
venha a explodir de emoção.
Ana Joaquina

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