sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"AMAI OS VOSSOS INIMIGOS"




Haveis aprendido que foi dito. Vós amarei vosso próximo e odiareis vossos inimigos. E eu vos digo: "Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e faz com que se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa?" (MATHEUS, cap. V, v. 43 a 47

Quem são os nossos inimigos?

A doutrina Espírita nos ensina que as pessoas com as quais não temos um perfeito entrosamento, nesta existência, são irmãos nossos que maltratamos ou prejudicamos em vidas passadas ou nesta existência.

Um colega de trabalho que discutimos e nunca mais falamos; um parente que há anos não vemos e tivemos um atrito por algo que às vezes nem lembramos mais.

Partindo do princípo que cada espírito está em uma evolução, como queremos que todos pensem como nós ou tomem atitudes iguais as nossas

Cada espírito na sua evolução está correto no que diz.

Cada um dá o que tem, dizem comumente. É exatamente isso. Ninguém pode dar mais do que acumulou de aprendizado até o estágio que se encontra hoje.

Devemos aceitar cada um como é.

O passo principal para amar os inimigos é desenvolver a capacidade de Perdoar.

Segundo Martin Luther King, líder que lutou e morreu pela igualdade de direitos entre negros e brancos nos Estados Unidos, dizia que o amor é a única força capaz de transformar o inimigo em amigo. “Nunca nos livraremos de um inimigo opondo o ódio ao ódio. Só o conseguiremos, libertando-nos da inimizade. O ódio, pela sua própria natureza, destrói e dilacera; e também pela sua própria natureza, o amor é criador e construtivo. A sua força redentora transforma tudo”.

Outro exemplo notável é o de Abraham Lincoln, um dos mais populares presidentes que os Estados Unidos já teve.

Em sua campanha eleitoral, deparou-se com Stanton, um adversário político que o odiava e tudo fazia para diminuí-lo frente ao público, chegando até a usar expressões injuriosas sobre seu aspecto físico. Ao ser eleito, Lincoln formou seu ministério e convidou Stanton para o Ministério da Guerra, o mais importante.
Alertado por seus assessores de que se tratava de um inimigo, Lincoln insistiu e disse que ele era a pessoa mais indicada para o cargo. Stanton prestou inestimáveis serviços ao país e ao seu Presidente. Quando Lincoln foi assassinado, muitos elogios lhe foram feitos, inclusive por Stanton, que se tornara seu amigo.

Se Lincoln tivesse retribuído o ódio com ódio, ele e Stanton teriam desencarnado como inimigos e não teriam se reconciliado.

Para dar um exemplo nosso, recente, Dilma Rousseff em seu 1º discurso como Presidente do Brasil, minutos depois de ser eleita, disse:

“Estendo as mãos a todos aqueles que não estiveram comigo nesta caminhada.”

Mesmo sendo uma questão política, é um exemplo de que devemos perdoar e reconciliar com os nossos inimigos, em prol de um bem maior, que, neste caso, é toda a população brasileira.

Agora eu gostaria de falar um pouquinho sobre o maior ex. de humildade e perdão da nossa história.

Como todos sabem Saulo de Tarso era Dr.da Lei em Jerusalém.
Dizia:
Uma coisa é estudar a Lei e outra é aplicar a lei. E aplicava a Lei rigorosamente.
Morte para os cristãos que trocavam a Lei de Móises por outros princípios.Ele os persseguia, prendia e mandava matar apedrejados em praça pública.

No entanto, ninguém conseguia prender Ananias, o líder dos cristãos. Paulo resolveu ir pessoalmente para prendê-lo. Reuniu seus melhores servos: Jonas, Jacob e Demétrio e partiu em caravana oficial.

A caminho de Damasco, cansado pela difícil viagem sente-se envolvido por luzes diferentes da tonalidade solar.Algo indescritível.Vê uma luz poderosa pairando no ar. Sente uma vertigem e a confusão dos sentidos lhe tira a noção de equilíbrio. Paulo tomba do animal sobre a areia ardente. Outra luz lhe banha os olhos e deslubrado vê surgir a figura do Mestre Jesus, que se aproxima iluminado e com os olhos cheios de amor e de tristeza pergunta:

- Saulo, Saulo, porque me persegues?

Sem perceber, Saulo estava de joelhos chorando e desesperado.

Seus companheiros o cercavam sem ver nem ouvir nada, apesar de perceberem a luz.

- Quem sois Senhor?, perguntou Saulo.

- Eu sou Jesus.

Saulo, o orgulhoso rabino de Jerusalém, curvou-se.


Os Pregadores do Caminho tinham razão. Era o Messias.

Então Saulo chorando,pergunta:

- Senhor, que queres que eu faça?

- Levanta-te Saulo. Entra na cidade e lá te será dito o que fazer.

E assim, cego pela luz, Saulo foi abandonado por seus assessores Jonas e Demétrio, por acharem que ele estava demente devido ao excesso de calor. Jacob, penalizado, o acompanhou.

Em Damasco, procurou um amigo, Sadoc, mas este vendo as revelações de Jacob, seu servo, não quis receber Saulo pois estava com amigos.

Então seguiram para uma estalagem e lá Jacob se despediu e Saulo ficou cego e sozinho. No 3º dia, o dono da estalagem lhe anuncia uma visita. Ele entra, cumprimenta Saulo e lhe diz:

- O Senhor que vistes no caminho me mandou encontrá-lo. A fim de que tornes a ver e recebas a iluminação do Espírito Santo.

Saulo então pergunta:- Qual é o seu nome?

- Ananias, responde o interpelado.

Saulo entendeu tudo e assim teve início a caminhada do nosso querido convertido de Damasco com o nome de Paulo de Tarso.
Esse exemplo maravilhoso de Ananias, nos mostra como é maravilhoso o ato de perdoar.

Martin Luther King nos diz:

“Retribuir o ódio com o ódio multiplica o ódio e aumenta a escuridão de uma noite já sem estrelas. A escuridão não expulsa a escuridão, só a luz o pode fazer. O ódio não expulsa o ódio: só o amor o pode fazer. O ódio multiplica o ódio, a violência multiplica a violência e a dureza multiplica a dureza, numa espiral descendente que termina na destruição. Quando, pois, Jesus diz: "amai os vossos inimigos", é uma advertência profunda e decisiva que pronuncia. Não chegamos nós, em nosso mundo moderno, a uma encruzilhada onde nada mais resta do que amar os nossos inimigos? A cadeia de reação ao mal, – ódios provocando ódios, guerras gerando guerras – tem de acabar, sob pena de sermos todos precipitados no abismo sombrio do aniquilamento.”
Como vocês podem perceber meus irmãos, a história nos mostra vários exemplos dos ensinamentos do mestre Jesus na prática.

O contrário também é verdadeiro. As guerras, as desgraças, as dores do mundo são grande parte em decorrência do ódio, do egoísmo, da ausência de amor.
Vamos tomar apenas o amor como norte das nossas vidas e deixar que ele nos guie. Se temos desavenças, ponha o amor para resolvê-las. Se temos tristeza com o coportamento das outras pessoas, dedique a ela o seu amor e você verá que elas vão perceber e mudar.

Só o amor tem o poder de vencer todo o mal, seja ele qual for. E amar os inimigos é a expressão máxima de que estamos no caminho da evolução.

Que a paz do Mestre Jesus esteja sempre entre nós.
Ana Joaquina
(bibliografia: Sermão de Martin Luther King - Livro: Paulo e Estevão Emanuel/Chico Xavier)

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