terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Difícil Prova

Ao preparar-se para o reencarne, Salete foi informada de que passaria pela difícil prova da queimadura integral de seu corpo, por não ter, em outros tempos, respeitado a vida alheia e por provocar inenarrável sofrimento, pelo fogo, a outra criatura.
Salete reencarnou em uma família humilde, formou-se em Enfermagem e prosseguiu sua pacata vida.
Trabalhou como enfermeira particular em hospitais, mas, por intuição, apaixonou-se por trabalhos voluntários em estabelecimentos filantrópicos, onde era muito necessária.
Dispunha-se a todo e qualquer tipo de trabalho ao qual era solicitada, com muito amor, paciência e resignação, acima de tudo.
Ao contrair matrimônio descobriu que não poderia ter filhos. Salete, instintivamente, não hesitou e, mesmo diante das críticas e oposições dos familiares, adotou uma criança portadora de deficiência mental.
Com o coração carregado de amor, paciência e compreensão, Salete cuidou e amou aquela criatura.
Os anos se passaram e, após o desencarne do amado filho deficiente que já estava com quarenta anos, Salete desencarnou dormindo, vítima de uma parada cardíaca.
Ao despertar, no plano espiritual, Salete sentiu-se feliz e agradecida ao saber que havia amparado como filho adotivo seu avô materno. Porém ficou curiosa para saber o motivo de seu desencarne ter sido tão suave pela parada cardíaca e não horripilante, pelas queimaduras do fogo.
Seu mentor amigo, satisfeito, respondeu:
- Querida irmã, você passou pela prova do fogo na encarnação!
- Como? Quando? Eu deveria desencarnar nas chamas - insistiu Salete. - Eu estava ciente disso e até solicitei tal sofrimento para aliviar minha consciência.
- Por você estar sendo útil aos irmãos encarnados mais do que deveria e por ter abraçado o trabalho para o qual não havia traçado planos, cabendo salientar que desempenhou maravilhosamente bem a tarefa de mãe verdadeira pelo coração, foi necessário poupar-lhe o corpo inteiro, deixando a sofrer a dor do fogo somente naquela pequena queimadura que sofreu quando entornou água fervente no pé, pois as doces mãos que desempenhavam grandiosas tarefas ma área da enfermagem não poderíamos deixar ferir.

Pelo Espírito Schelida do Livro: Veredas da Vida

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