terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Petrópolis - RJ


Amigos,
Esta é a linda história de Petrópolis no Rio de Janeiro,a cidade que foi atingida pelas forças da natureza.

Haverão culpados?

Não importa. No momento, há necessidade de muita oração para aqueles que desencarnaram.

Vamos pedir ao Pai que todos possam ser recebidos no seu Amor e na sua Paz.

Vamos também ajudar aqueles que perderam tudo entregando donativos nos postos autorizados.

A história da cidade de Petrópolis, localizada a 835 metros acima do nível do mar, com 70% de sua área encravada em uma das últimas reservas de Mata Atlântica do planeta, começa quando seu clima excelente e natureza exuberante ganharam mais um ilustre admirador: D. Pedro I. Percorrendo o chamado "Caminho do Ouro" em direção à Minas Gerais, no ano da proclamação da Independência - 1822 - aquele que seria o primeiro Imperador do Brasil ficou encantado com a região, após hospedar-se na fazenda do Padre Corrêa, atual Distrito de Cascatinha. Durante os anos seguintes, D. Pedro continuou como hóspede freqüente da fazenda, trazendo a família e, mais tarde, se propondo a comprá-la. Contudo, D. Arcângela Joaquina, irmã e herdeira do Padre Corrêa, acabou sugerindo ao Imperador a compra da fazenda vizinha: Córrego Seco, onde hoje se encontra o Centro Histórico da cidade de Petrópolis, um dos mais significativos conjuntos arquitetônicos referentes ao século XIX de todo o mundo - um rico patrimônio histórico que atrai, hoje, mais de 300.000 turistas/ano, nacionais e internacionais.
Porém, muitas águas rolaram sob as pontes dos rios Quitandinha, Palatino e Piabanha, que cortam a cidade, antes que esta viesse, de fato, a se tornar uma realidade. Apesar de ter sido adquirida em 1830 para abrigar um grande palácio, a fazenda passou 12 anos praticamente abandonada, envolvida nas discórdias políticas que se seguiram à abdicação de D. Pedro I, em 1831. Somente em 1843, D. Pedro II começa a dar forma ao projeto "Povoação-Palácio de Petrópolis", de forma mais efetiva, graças à orientação de dois ilustres patronos: o mordomo da Casa Imperial e administrador dos bens de Sua Majestade, Paulo Barbosa e o major alemão Júlio Frederico Koeler, já há alguns anos servindo na engenharia das Forças Armadas.
As dificuldades da empreitada não eram poucas. A área onde hoje se encontra o Centro Histórico era pouco mais que um charco, cujo clima úmido e frio assustava os brasileiros. A distância era considerada impeditiva, já que vir até Petrópolis era uma viagem que incluía a travessia da Baía de Guanabara por barco e depois, uma áspera subida de 14 léguas em lombo de cavalos ou carruagem em declive acentuado. Koeler, porém, guardava um trunfo especial: a sua crença na superioridade do trabalho livre sobre o escravo, comprovada anos antes quando, com a anuência do Imperador, contratou 238 trabalhadores alemães para a construção da Estrada Normal da Serra da Estrela: o primeiro caminho que veio a substituir as trilhas abertas pelos bandeirantes e outros aventureiros, durante os dois séculos anteriores. Os primeiros alemães, na verdade, permaneceram no Brasil por acaso: após embarcarem no Velho Mundo com destino à Sidney, Austrália, acabaram se amotinando por conta dos maus-tratos sofridos no navio francês Justine e, a partir do Rio de Janeiro, não quiseram mais seguir viagem. Permaneceram na região de "Serra Acima" e adaptaram-se muito bem.
Partindo deste dado, Koeler uniu-se à Paulo Barbosa, para convencer o Imperador a fundar uma colônia agrícola na fazenda do Córrego Seco. Entusiasmado, o Imperador assinou, em 16 de março de 1843, o decreto que criou Petrópolis - primeira cidade planejada do Brasil.
É neste ponto que surge um fator importantíssimo para a fisionomia que a cidade iria adquirir ao longo do tempo: os novos colonos alemães. O que gerou um fato interessante. Um intermediário foi contratado em Dunkerque para enviar, por acordo firmado com o Governo Brasileiro, 600 casais de agricultores para Petrópolis: a firma Delrue & Cia. Porém, valendo-se de uma artifício desonesto, a empresa aproveitou-se da grande crise econômica reinante na Alemanha naquela ocasião, para trocar a palavra "casais" por "famílias" e enviar para o porto do Rio de Janeiro, em levas quinzenais totalmente desorganizadas, um grupo imenso de pessoas ligadas por laços distantes - tios, primos, cunhados, sogros, etc. - com qualificações profissionais inteiramente diversas das estabelecidas. Até a suspensão do contrato com Delrue, os alemães já somavam mais de 2.000 pessoas, que o Imperador D. Pedro II recebeu com tão notória generosidade, que a colônia não deixou de homenageá-lo nem mesmo após a Proclamação da República, chamando-o sempre, carinhosamente, de "Unser Kaiser" (Nosso Imperador).
Petrópolis acabou tendo um destino diferente do imaginado por Koeler. Não se tornou uma povoação agrícola, mas sim uma cidade que não parou mais de progredir, mostrando uma clara vocação para a beleza, a cultura, a arte e a introspecção que facilita o estudo, a pesquisa e a meditação. Durante todo o Império e também na República, foi a preferida de inúmeros nobres e intelectuais, para descanso e lazer. D. Pedro II - e, em conseqüência, toda a sua corte - passava na cidade seis meses por ano, de novembro a maio: neste período, Petrópolis era, de fato, a capital administrativa do Império. Soberano afeito às artes e à ciência, D. Pedro II inaugurou a tradição que estabeleceu, em Petrópolis, uma concentração incomum de pessoas ilustres, reconhecidas ao longo destes 155 anos: França Júnior, Afonso Arinos, Raimundo Correia, Rui Barbosa, Santos Dumont, Stephan Zweig, Gabriela Mistral, Alceu Amoroso Lima, Sylvia Orthof, e muitos outros.
Na República, a cidade manteve este "status", já que o Palácio Rio Negro, residência oficial de verão dos Presidentes da República, hoje a primeira "guest-house" oficial aberta à visitação do país, continuou a receber todos os presidentes, de 1904 a 1960 - tradição retomada em 1997, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mas o crescimento começara bem antes. Já em 1854, por iniciativa do maior empresário do século passado, Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de Mauá, a cidade recebe novo impulso, com a construção da primeira estrada de ferro brasileira, que ligava o Porto de Mauá à Raiz da Serra. Nesta fase, o pioneirismo e espírito vanguardista da cidade se solidificaram. Em 1861, a primeira estrada de rodagem do país, a União e Indústria, foi inaugurada ligando Petrópolis à Juiz de Fora. Em 1883, a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, mais tarde Leopoldina Railway, fez com que o primeiro trem subisse a serra. Em 1897, Petrópolis assistiu, no Teatro Cassino Fluminense, à primeira exibição pública de filme produzido em território nacional: uma película de menos de um minuto de duração, que retratava justamente a chegada do trem à estação de Petrópolis. De 1894 a 1903 - ano em que a cidade assistiu a assinatura do Tratado de Petrópolis, que anexava o Acre ao território nacional - Petrópolis tornou-se a capital do Estado do Rio de Janeiro. E, no ano seguinte, o Palácio Rio Negro foi adquirido para ser residência oficial de verão dos presidentes da República. A conseqüência direta desta íntima relação com o poder foi a inauguração, em 1928, da Rodovia Washinton Luís, a primeira do país a ser asfaltada, ligando Petrópolis ao Rio. E a permanência de Petrópolis no cenário decisório do país até o início do governo militar, em 1964.
Paralelamente, outros pólos da cidade se desenvolviam. Nos anos 40, Petrópolis destacava-se no cenário têxtil e também no turismo. Um marco desta época é a inauguração do Hotel e Cassino Quitandinha, em 1944, que atraiu para a cidade artistas e personalidades do jet set internacional, como Errol Flynn, Orson Wells e Carmen Miranda.
No final dos anos 90, Petrópolis se prepara para o século XXI disposta a guardar o melhor de suas tradições e a entrar, decisivamente, na era tecnológica. A inauguração do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC, coloca a cidade em posição de destaque no desenvolvimento de setores que dependem de alta tecnologia e pesquisa para sua produção. Petrópolis abrigará então, o SP-2, que é o computador mais avançado da América Latina. E o projeto de revitalização do Centro Histórico, que teve como prévia a restauração e abertura ao público do Palácio Rio Negro e do Palácio de Cristal de Petrópolis, único nas Américas, bem como o amplo desenvolvimento do centro gastronômico e de lazer da região de Itaipava e adjacências, está estimulando o crescimento turístico nos seus segmentos ecológico, de compras e de convenções, devolvendo à cidade todo o charme que seduziu D. Pedro I, há mais de 150 anos.


Vultos Célebres da História de Petrópolis
Imperador D. Pedro II
Imperador do Brasil e proprietário da Fazenda do Córrego Seco. Assinou o Decreto nº 155 em 16/03/1843, elaborado pelo Mordomo Paulo Barbosa da Silva, arrendando a fazenda do Córrego Seco ao major Koeler. O arrendamento foi para: construção de um palácio, uma povoação e a doação de terras para uma igreja (Matriz com invocação à S. Pedro de Alcântara) e um cemitério.
Major Júlio Frederico Koeler
É o fundador da colônia alemã em Petrópolis. Imigrante alemão, nascido em Mogúncia em 1804. Veio para o Brasil em 1828 para servir no Exército Imperial. Casou-se com D. Maria do Carmo de Lamare. Tornou-se cidadão brasileiro em 1830. Em 16/03/1843 arrendou a Fazenda do Córrego Seco com o objetivo de construir um palácio para o Imperador e iniciar uma povoação.
Paulo Barbosa da Silva
Engenheiro e Mordomo da casa imperial, foi colega de Koeler no exército. Foi quem convenceu o imperador a arrendar a fazenda do Córrego Seco a Koeler. Foi quem deu o nome de Petrópolis (cidade de Pedro) à Petrópolis, sendo futuramente considerado o Primeiro Petropolitano de coração e alma.
Princesa Isabel
Como filha de D.Pedro II, regeu o Brasil nas suas poucas ausências. Defendia a mão-de-obra livre sendo totalmente contra a escravatura. Conhecida como "A Redentora" assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei da Abolição da Escravatura. Concedeu, pessoalmente, a 103 escravos de Petrópolis os títulos de liberdade em 1º de abril de 1888, em solenidade no Palácio de Cristal.
Barão do Rio Branco
Possuía em Petrópolis uma residência de verão, localizada hoje na rua que leva o seu nome (Barão do Rio Branco), onde foi assinado o Tratado de Petrópolis. Este tratado ampliou o território nacional, incorporando ao Brasil, o território do Acre, negociado junto à Bolívia.
Oswaldo Cruz
Este grande médico e sanitarista foi responsável pela erradicação da febre amarela no Rio de Janeiro e foi o primeiro prefeito de Petrópolis.
Alberto Santos Dumont
Considerado o "Pai da Aviação" pela autoria da dirigibilidade do balão e do primeiro vôo do avião no célebre "14 Bis" em Paris, Alberto Santos Dumont construiu sua casa, de singular arquitetura, em Petrópolis, hoje administrado pela Prefeitura como ponto turístico de grande visitação pública.
Rui Barbosa
Foi um dos fundadores da República, tendo sido o primeiro Ministro da Fazenda. Pela sua notável participação na Conferência de Haia, ficou conhecido como o "Águia de Haia". Célebre veranista de Petrópolis, veio a falecer em 1923 na sua residência localizada na atual Rua Ipiranga.
Wim Van Dijk
Outro célebre representante das artes plásticas, viveu grande parte de sua vida e veio a falecer em Petrópolis, no bairro Mosela.
Vinícius de Moraes
Passou parte de sua vida em Petrópolis, no anexo da casa do Barão de Mauá, onde, junto com Carlos Lira, compôs a peça "Pobre Menina Rica".
Djanira da Motta e Silva
Famosa pintora brasileira, viveu os últimos anos de sua vida em sua residência de Petrópolis, localizada no atual bairro da Samambaia.
Gabriela Mistral
Poetisa chilena, residia em Petrópolis quando foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura.
Informações extraídas de texto do Google
Ana Joquina

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