quinta-feira, 8 de julho de 2010

ATRIBUTOS DA DIVINDADE




Continuando o estudo do 1º Capítulo do Livro dos Espíritos, temos:




10 – O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?
Não; é um sentido que lhe falta.

11 – Um dia será dado ao homem compreender o sentido da Divindade?

Quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo dele,então, ele o verá e o compreenderá.
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem a confunde, frequentemente, com a criatura, da qual lhe atribui as imperfeições. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve nele, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas, e dele faz uma idéia mais justa, conforme a sã razão, embora sempre incompleta.


12 – Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?

Sim, de algumas. O homem as compreende melhor a medida que se eleva acima da natureza; ele as entrevê pelo pensamento.


13 – Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, temos uma idéia completa dos seus atributos?

Do vossso ponto de vista, sim,porque credes tudo abraçar. Mas sabei bem que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais vossa linguagem limitadas à vossas idéias e às vossas sensações, não tem expressão adequada. A razão vos diz, com efeito, que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se o tivesse uma só de menos ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Por estar acima de todas as coisas, Deus não deve suportar nenhuma vicissitude e não ter nenhuma das imperfeições que a imaginação pode conceber.

Deus é eterno; se ele tivesse tido um começo, teria saido do nada, ou teria sido criado, ele mesmo, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.

É imutável; se estivesse sujeito às mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É imaterial; quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, de outro modo ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.

É único; se houvesse vários deuses, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder no ordenamento do Universo.

É todo-poderoso; porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele; não teria feito todas as coisas, e as que não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.

É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.

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